terça-feira, 27 de agosto de 2013

Desabafo...


Há instantes estava a refletir sobre como um indivíduo, independentemente da sua formação académica e da sua história de vida, preenche a sua profissão e a sua especialidade adquirindo experiência e saberes ao longo da sua vida, executando a sua profissão (e, em muitos casos, várias profissões).

Por exemplo, um trabalhador da construção civil, um padeiro, um bombeiro ou um polícia preenchem a sua vida executando a sua profissão ao longo dos anos, tentando fazer dela um ato útil e simbólico.
Assim, no meu entendimento, um indivíduo executa uma espécie de intercâmbio do que aprende na sua profissão para a sua vida e vice-versa e, no fim, muitos encontram orgulho na sua vida e na sua profissão (e até algumas vezes são reconhecidos por isso, nem que seja pelos seus pares). 

Mas o que fazer quando (em particular no caso dos professores) nos dizem que não podemos trabalhar? Que não nos querem? Que existem professores a mais? Que não deve haver esperança?

No caso dos professores, trata-se de indivíduos que durante a sua vida se prepararam para a docência, se profissionalizaram, realizaram estágios e até formação complementar, tendo trabalhado durante anos (a maioria em diversas escolas do País).

E agora, com a premissa do desinvestimento na educação, é-lhes dito que não são necessários e que, no caso dos contratados, não haverá contratações. Pior, que para trabalhar, têm de realizar uma prova. 

O que é suposto sentir-se? Como se reage? O que é suposto retirar disto tudo, que ano após ano sucede da mesma maneira e com maior intensidade?

O que é suposto guardar, quando aquela utilidade e orgulho de se ter uma profissão se dilui sempre que um governante vem a público e acusa os professores de serem em grande número e de custarem muito ao Orçamento de Estado?

Em última análise, hoje ser professor é uma profissão ou um emprego temporário?

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