sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Espaço do Correspondente - Eduardo de Montaigne

David

A precisão relativa ao corpo humano capturada por Miguelângelo é simplesmente assombrosa. O pormenor da enorme cabeça e as veias que pulsam nas costas das mãos, as costelas perfeitas. A curvatura do torso e a tensão nos músculos da coxa da perna direita… absoluta perfeição. Todavia, a proeminência do pénis do herói…
A “ferramenta” de David tem sido carinhosamente motivo de piada nos últimos 500 anos. A estátua, com os seus quase 4 metros de imponente perfeição, contrasta com os seus dez centímetros de… salsicha.

Um grupo de entendidos reuniu-se recentemente para sair em defesa da pequenez do membro. Quando visto de um ângulo alto, David ostenta um olhar de stress, invisível ao nível do chão onde a estátua está. David não está apenas a fazer uma pose. David é esculpido a enfrentar Golias. Analisada a escultura, encontraram detalhes típicos de alguém assustado mas pronto para a luta. O diagnóstico: A salsicha de David não estava apenas assustada, estava a procurar refúgio para o que ali se adivinhava. Algo que em termos fisiológicos é um comportamento normal do pénis quando o seu dono está em vias de lutar contra um gigante.


Como ninguém ao nível do solo conseguia ver a expressão de David, todos assumiram que Miguelângelo estava apenas a ser “cromo”. Algo que faria sentido. Piadas relativas a pénis eram comuns na Florença renascentista. O que não faz realmente sentido é o facto de Miguelângelo ter deixado a salsicha hebraica de David por circuncisar.


Após a vitória sobre Golias, algo parece ter mudado… ou pode ser apenas a interpretação do espectador, motivada por prévia sugestão.

 Eduardo de Montaigne 


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