Um concurso que "castiga" os professores? Não pode ser.

Ainda a quente e sem grandes dados sobre o diploma de contratação de escola, só posso arriscar que vem aí mais um concurso que vai penalizar...os professores. 

É o tempo do chicote do MEC e dos directores e os professores vão novamente pagar pelo mau funcionamento do sistema de concursos que temos tido. 

Sei que muitos professores partilham a opinião do Arlindo: "É o que faz muitos candidatos brincarem aos concursos concorrendo a tudo e depois não aceitarem nenhum horário."

Pessoalmente não poderia estar em mais desacordo com o teor desta afirmação sobretudo quando todos sabemos que o "sistema" instituído "pressiona" e "obriga" os professores a procurar constantemente melhores condições laborais devido ao desespero e a precariedade que assolou por completo as suas vidas. Hoje aceitar um horário tem tantas variáveis a ter em conta (uma delas é a económica). 

No meu entendimento, quem penalizou os professores foi o "sistema" que os obriga a trabalhar longe de casa, pressionado-os a expandir as suas escolhas, que não os deixa pensar claramente nas suas escolhas. Tudo isto devido a "engenharia curricular", a actual situação dramática na classe docente e as regras concursais em constante mudança que são cada vez mais restritivas e que limitam verdadeiramente a escolha dos professores de escolherem um destino possível em que possam trabalhar.

O principal responsável pelo bloqueio em assegurar uma maior rapidez nas substituições dos professores nas escolas não foram os professores, mas sim o sistema  de colocações que passou a ser por tranches e por entrevistas.

E pela conversa, aparentemente as coisas vão mudar para outro sistema. Não sei ainda o que dizer porque não sei como se vai operacionalizar mas uma coisa é certa: começa mal. 

"...No documento entregue para negociação – e que as federações ainda estão a analisar – o MEC determina a criação de uma bolsa de contratação em cada escola. “Terminado o procedimento de selecção, o órgão de direcção das escolas aprova e publicita a lista ordenada" dos candidatos que “integram a bolsa de contratação daquela escola ou agrupamento (…) com vista à satisfação das necessidades temporárias surgidas ao longo daquele ano escolar, através da celebração de contratos a termo resolutivo”, propõe o Governo.

A abertura dos procedimentos destinados à constituição da bolsa de contratação (que terá a duração de um ano lectivo) será feita durante o mês de Julho, propõe o MEC. Outra das novidades é que aqueles que não aceitarem a colocação não poderão, no mesmo ano, ser colocados através de outros procedimentos concursais..."

(O Cão Danado)