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terça-feira, 18 de junho de 2019

"Escolha do corpo docente"


Não deixa de ser curioso, a Secretária de Estado da Educação Alexandra Leitão volte publicamente a repetir a ideia das escolas poderem ter a capacidade na "escolha do corpo docente". Creio que a primeira vez, foi no Expresso da Meia Noite na Sic Notícias (quando se mencionou os concursos, em particular a BCE - aqui no minuto 44") e a segunda é agora no Podcast do Daniel Oliveira (aqui) quando aborda novamente os concursos de professores. 

Parece claro que esse desígnio a par da flexibilidade galopante (aqui) e do ideário da descentralização de competências para as autaquias poderá a vir a ser uma realidade muita mais depressa do que se imagina. E não precisa de ser necessariamente o Partido Socialista a colocar em prática porque os partidos de direita (para além do argumento da "liberdade de escolha") apoiam exactamente descentralização e autonomia. 

Saliento que voltar a uma fórmula do tipo BCE ou a contratação de professores "à la carte" significará novamente um retrocesso na pouca harmonia que ainda existe nos concursos de professores para regressarmos aos tempos de selvajaria, abusos de poder e ao vale tudo. 

Gostaria apenas de salientar, por último, o "tom" da Secretária de Estado, a cada intervenção pública mostra-se cada vez mais "severo" e inflexível (mesmo em ambiente informal como foi o caso da entrevista com o Daniel Oliveira) misturando-se entre traços de superioridade moral e a sensação de não ser uma pessoa capaz de criar "pontes" entre professores e tutela. Que Alexandra Leitão é uma pessoa determinada já se percebeu desde o ínicio da legislatura mas que possa ser capaz de replicar-se numa Maria de Lurdes Rodrigues já torna o cenário hipotético num cenário deveras assustador de mais. 

O resto, recomendo a leitura do post do Alexandre - aqui


(Scorpion Dagger)

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Fico à espera das mesmas regalias que oferecem aos médicos para trabalhar fora dos grandes centros urbanos




“As pessoas não têm que almejar ficar ao lado de casa, porque isso é impossível. As pessoas devem almejar ficar colocadas num sítio e saber que se mantêm aí.” 

(Retirado de aqui)


Podem ouvir a entrevista completa: aqui


(RKOI)

A verdade vem sempre ao de cima (mesmo que não admitam)


Ao contrário do que fora afirmado pela Secretária de Estado da Educação, Alexandra Leitão (aqui):

"A S.E. dá o exemplo de que para ter acesso ao subsídio de desemprego são necessários 360 dias de descontos em 2 anos e diz que um "professor com horário de 7 ou mais horas de componente lectiva consegue aceder a todas as prestações sociais porque desconta por ano 120 dias". Ora, ou a senhora S.E. se enganou nas contas ou alguém que me explique como é que 120 + 120 dá 360 dias declarados. Acresce, ainda, que para o regime social de desemprego são necessários 180 dias por ano, pelo que, no exemplo proferido, com os 120 dias um professor também não tem acesso a tal;"

E essa mesma tese foi defendida pela deputada Sónia Fertuzinhos do PS (aqui):

"Também ela defende o "erro" de que um "professor com horário de 7 ou mais horas de componente lectiva consegue aceder a todas as prestações sociais porque desconta por ano 120 dias". Pior, acaba por intepretar de forma incorrecta as condições para o acesso ao subsídio de desemprego argumentando que "um professor com horário completo precisa de 2 anos com horário completo para ter acesso". O que é manifestamente errado"

Só aquando da apresentação do relatório (por parte da deputada Sónia Fertuzinhos) da petição aos peticionários em reunião (aqui) e na publicação do mesmo (aqui) é que se percebe, que tudo que se passou para trás, não passou de uma tentativa (diria em má fé) de tentar ganhar o argumento e minorizar a petição e os peticionários que defenderam em nome dos professores lesados nos descontos para a S.S. em sede da Comissão de Educação e Ciência. Mas a verdade tarda mas aparece, e aparece plasmada em documentos oficiais contradizendo as palavras proferidas anteriormente.


(clicar imagem para ver maior)


(retirado de aqui)



Pior disto tudo é que estes deputados estão cientes de que apenas os professores contratados em horário lectivo com pelo menos 12 horas podem cumprir os prazos mínimos de garantia para acesso às prestações sociais de subsídio de desemprego (que são de 360 dias nos 24 meses anteriores). Ora, nos concursos de professores, os intervalos de horário são uma espécie de roleta russa, não sendo possível prever com exactidão o resultado da atribuição horária. (aqui


segunda-feira, 10 de junho de 2019

Aparentemente existem agrupamentos que convocam docentes no dia de feriado...


...para reuniões na semana que antecede as reuniões de avaliação.

...you!!

                                                                                    (Arquillect)




sábado, 8 de junho de 2019

"Querem o melhor dos dois mundos"


Após a divulgação do resumo da reunião (aqui) com as senhoras deputadas do Partido Socialista, Sónia Fertuzinhos e Maria Augusta, ficam aqui algumas ilações deste nefasto processo que vai continuar a prejudicar gravemente os professores. 

O principal problema de muitos deputados (particularmente do PS, PSD e CDS) relativamente à questão dos lesados nos descontos para a Segurança Social é a dificuldade que demonstram em compreender o carácter especial da carreira docente (regulamentado pelo E.C.D). Aparentemente, não percebem a complexidade da carreira docente e o seu funcionamento no terreno.  

Para além disso, percepcionam os horários dos professores como se se tratasse de uma profissão com horário laboral claramente definido e como se as horas marcadas no seu horário fossem as únicas que o professor cumpre. Pior, ainda, é que propalam essa mensagem aos sete ventos, apesar de a mesma não corresponder à verdade. 

"Querem o melhor dos dois mundos" como disse, e bem, a professora Luísa Novo na célebre Comissão que discutiu esta problemática (aqui). O patrão (Ministério da Educação) e os gestores (directores) têm nas suas mãos trabalhadores (professores) que percepcionam como sendo a tempo inteiro quando querem atribuir-lhes trabalho para lá das horas inscritas no seu horário, e como trabalhadores em part-time quando chega a hora de lhes reconhecer os seus direitos laborais. Tudo isto sob a premissa da boa gestão dos recursos. 

Portanto, estes deputados querem que os professores sejam considerados "trabalhadores a tempo parcial" mas não alteram o regime de contrato ou as regras de concurso para serem  efectivamente considerados "trabalhadores a tempo parcial".

Qualquer professor, seja de carreira ou contratado, sabe que não consegue cumprir apenas as horas dedicadas à componente não lectiva, sendo essa mesma componente ultrapassada constantemente em seu prejuízo. Essa situação acaba por ser mais visível nos casos dos horários lectivos incompletos, dado que estes docentes acabam por prestar, na maior parte das vezes, as mesmas funções que os professores com horários completos, com a diferença de que o fazem a "preço de saldo".

Pior disto tudo é que estes deputados estão cientes de que apenas os professores contratados em horário lectivo com pelo menos 12 horas podem cumprir os prazos mínimos de garantia para acesso às prestações sociais de subsídio de desemprego (que são de 360 dias nos 24 meses anteriores). Ora, nos concursos de professores, os intervalos de horário são uma espécie de roleta russa, não sendo possível prever com exactidão o resultado da atribuição horária. 

Em último caso, assistiremos a mais turmas sem professores, desta feita pela rejeição desta tipologia de horários.

Todos estes (e muitos mais) argumentos foram expostos aos diversos grupos parlamentares, sem, no entanto, ter-se verificado qualquer efeito prático para os docentes.


(Game of Thrones)



Divulgação - Resumo da reunião entre Partido Socialista e Plataforma de Professores Lesados nos Descontos para a Segurança Social


"Nada de novo, para o P.S qualquer trabalhador que não tenha horário completo está a tempo parcial, assim sendo o PS considera que a tabela que está contida no aditamento à Nota Informativa do IGeFE está correta e com o aval da Provedora de Justiça.
Vão votar contra o Projeto de Lei do PCP.
Discordam por completo com as sentenças em tribunal, aliás o M.E. recorreu da sentença de Braga.
Em princípio a petição será discutida em plenário até ao final do dia 19 de julho.
Sabendo que o PSD está do lado do PS, aconselhamos os colegas a interpor uma ação em tribunal, nesta legislatura este assunto não terá desenvolvimentos.

Sindicato SIPE está a colocar ações conjuntas. A FNE ainda não avançou apesar da sua publicitação. O STOP e a FENPROF estão avançar com ações individuais." (Ricardo Pereira)

Mais informações aqui


(Arquillect)

sexta-feira, 7 de junho de 2019

Divulgação - Reunião entre Partido Socialista e Plataforma de Professores Lesados nos Descontos para a Segurança Social


Foi agendada uma reunião na sede de Braga do Partido Socialista, que contará com a  presença da deputada Sónia Fertuzinhos, relatora da Comissão de Educação e Ciência relativa à petição interposta em defesa dos professores lesados nos descontos para a S.S. (audição: aqui).

Aparentemente, esta reunião estará relacionada com o relatório final da Comissão de Educação e Ciência e com as propostas que o PS poderá apresentar. Representantes da Plataforma já confirmaram a sua presença na reunião (mais informações aqui).

Relembro que o Partido Socialista votou contra (aqui) qualquer solução que vá ao encontro dos anseios dos professores, a saber:

-  um horário lectivo incompleto não ser considerado como trabalho a tempo parcial;

- serem averbados, em sede de Segurança Social, 30 dias de trabalho por cada mês (independentemente da componente lectiva atríbuida). 

Auxiliares de memória: aqui


(Arquillect)

domingo, 2 de junho de 2019

Eu Flexibilizo...


Tu Flexibilizas

Ele Flexibiliza

Nós Flexibilizamos

Vós Flexibilizais

Eles Flexibilizam

Todos de forma muito autónoma, até não restar pedra sobre pedra através do DL n.º55/2018 (aqui),  fazendo mais (muito, muito mais) com os mesmos recursos. E os professores, esses mordem o "isco"... 


(Scorpion Dagger)

E após a saída da Reserva de Recrutamento 33...


...simplesmente o deserto sem contrato para muitos nos próximos três meses (no mínimo). 

O que vale é que em breve são as manifestações de preferências para "entreter" o pessoal. 


(Scorpion Dagger)

segunda-feira, 27 de maio de 2019

Breves considerações sobre as Europeias


A "culpa" se esse sentimento de "culpa" realmente existe, será derivado a variodos factores,que  no meu ponto de vista se centram desde ao:

 - desinteresse dos cidadãos em fazer parte do processo de decisão provavelmente por se sentirem excluídos por parte dos partidos políticos e dos eurodeputados que são escolhidos para o P.E.;

- falta de transparência e informação sobre o posicionamentos dos partidos e dos seus protagonistas no que concerne à política europeia e dos seus programas eleitorais;

- fraca cobertura da comunicação social não servindo para informar mas sim influenciar o voto. 

Resultados da noite eleitoral: 

- Abstenção de 68% onde apenas cerca de três milhões votaram por aproximadamente dez milhões de cidadãos (case-study);

Partido Socialista que clama vitória assente em apenas em 33% das opções dos portugueses quando tinham um cabeça de lista nada carismático mas tendo como figura de proa constantemente na campanha eleitoral o Primeiro-Ministro e uma máquina socialista bem oleada; Supõem-se que o PS se junte aos liberais no P.E.;

- Bloco de Esquerda que se cimenta como 3.ª força política mais votada, no entanto, não ser um partido naturalmente pró-europeísta;

- PAN surpreendentemente elege um eurodeputado tornando-se um partido que sem aparente ideologia e sem estratégia política europeia definida mas assente num discurso ecológico. Tudo indica que se junte aos verdes europeus.

- CDU ao contrário do notíciado como "catástrofe" poderá ainda ter dois deputados eleitos  deixando as coisas quase igualadas como em 2014 apesar da queda da percentagem de votos nas urnas e menos um deputado. Tudo isto, apesar do carisma do João Ferreira e sendo o PCP um partido assumidamente eurocéptico;

- PSD sai derrotado como principal força de oposição com Rangel como cabeça de lista que teve sempre um discurso mais de "senador" do que candidato às eleições e que não belisca em nada as suas aspirações de se coligar à Órban e Webber em breve no P.E.;

- CDS-PP saí derrotado principalmente pelo discurso radical de Nuno Melo apesar de ter a líder do partido sempre presente em campanha. Campanha assente na vulgarização da política e na culpabilização de tudo e todos sem qualquer ideia para a Europa (tal como os seus Outddors de campanha). 

PDR de Marinho e Pinto como o grande perdedor da noite de eleições e sem direito a qualquer cobertura jornalística que comprove o "pós-mortem".


Umas palavras para os restantes partidos que apesar de não elegerem poderão ainda ter alguma influência nas próximas eleições legislativas de 2019 em forma de voto útil:

- Aliança não consegue, apesar de todos os esforços de promoção por parte da  comunicação social eleger provando que a "marca" Santana Lopes não tem tanta influência de voto nas urnas mas que ainda poderá servir de "muleta" para uma tentativa  desesperada de uma "geringonça" à direita;

Partido Livre quiçá o mais preocupado nestas eleições em debater realmente temas sobre as eleições europeias, sendo Rui Tavares de longe, um dos candidato mais bem preparados para o cargo de eurodeputado e que mais sofreu pela falta de uma cobertura médiatica não tendo sido eleito mas sendo os resultados eleitorais esperançosos para um lugares de deputados elegíveis nas eleições legislativas que se avizinham.  


Quando ao resto, resta dizer que apesar dos números da abstenção comprova-se que os portugueses não votam  partidos de cariz extremista, populista e nacionalista ou com promessas de desmembrar o Estado Social como forma de voto de protesto.  E isso ainda são boas notícias na história destas eleições.

Quanto aos professores concretamente, não existiu qualquer leitura política de correlação causa/efeito dos resultados eleitorais que tivesse sido oriunda do  descontentamente da classe. Assim, continua tudo como "Business as usual"...



(Arquillect)


quinta-feira, 9 de maio de 2019

A "vitória" do SPIN






(Joan Cornella)

Há que adorar...


...a expressão sindical "critérios de contexto"...


...e a recusa óbvia.



(Joan Cornella)

quarta-feira, 8 de maio de 2019

É preciso não cair na esparrela... claramente alguns começam a resvalar



- Partidos políticos: um PS a dizer que não dá nada, escondendo e moldando as contas a gosto e hostilizando posições e a própria opinião pública; um PSD e um CDS-PP a dizerem que não recuaram e que vêm agora dizer que só aprovam se forem impostas mais condições; e um BE e um PCP que tinham uma coligação improvável em mãos e, fruto das mudanças de posições, dizem que não têm outra alternativa senão votar contra

- Mário Nogueira: que aparentemente estaria disposto a aceitar as condições impostas pela direita para conseguir o acordo mas que, sem a "bóia" do PCP e do BE, ficou aparentemente em situação de "naufrágio". E seria essa iniciativa benéfica para os professores, isto é, comprometer-se em renegociar o ECD, a estrutura da carreira docente e a ADD no próximo quadro governamental, sem ter qualquer garantia de que algum dia o pressuposto do crescimento económico se iria verificar, para conseguir essa "vitória"? 

- Comunicação social: também é notório que a questão principal (942) extravasou para temas como a revisão do ECD e a ADD, em grande parte devido aos comentadores da praça (jornalistas e membros dos partidos políticos). Quanto à maior parte destes pontos, já expliquei o meu ponto de vista aqui

E, agora, alguns autores de blogues sobre Educação: 

- BlogDeArLindo: pergunto-me o que está em causa nestes posts aqui e aqui? Estará Mário Nogueira a agir bem em fazer tudo para aceitar as condicionantes impostas e conseguir o acordo? E os partidos que votam contra, estão errados por não aprovar as tais condicionantes?

- ComRegras:  o que está em causa aqui? Começarmos a debater propostas da ADD, quando o cenário que se avizinha significa que é a troco de nada e a pedido de partidos que, durante a última legislatura, tanto prejudicaram os professores? 


Atenção: não coloco em causa a seriedade e a legitimidade de opinião, mas pergunto, como o próprio título indica, se eles próprios não estarão inadvertidamente a "cair na esparrela"?











(A Mosca - Luíz Afonso aqui)

Dizem que é 6.ª feira!!




Portanto, até lá os professores continuarão a ser "pau para toda a colher" à mercê dos jogos políticos, comentadeiros da praça, economistas encomendados e liberais ressabiados em fóruns nas rádios (aqui) e televisões...




(THX 1138)


segunda-feira, 6 de maio de 2019

Mais uma nota informativa (agora da DGAE) a discriminar os professores contratados


Mais uma nota informativa assumindo que os docentes contratados em horário incompleto trabalham em regime de trabalho a tempo parcial. O que não é verdade. E os docentes têm duas sentenças judiciais (até à data) para o comprovar (aqui). 



(podem ler a nota completa aqui)





Podem ler mais sobre o assunto: aqui

domingo, 5 de maio de 2019

Quanto vale, afinal, o crachá 942?


Hoje foi dia de "piruetas", tanto de Cristas (aqui), como de Rio (aqui), que pretendem agora mudar os termos do acordo assinado na passada quinta-feira, recuando (mesmo sem o admitir) e, sobretudo, tornando esse recuo numa espécie de novo acordo que é, para as pretensões dos professores, uma mão cheia de nada. 

E porquê? Porque há, desde logo, condições comuns às propostas de PSD e CDS-PP: são as chamadas cláusulas de salvaguarda financeira, o que é o mesmo que dizer que apenas seriam devolvidos os 9A 4M 2D aos docentes se (e só se) o crescimento económico o permitisse. Ora, isto é o mesmo que dizer que qualquer que fosse o governo em funções, teria sempre um argumento vertido em lei que lhe permitiria, se assim o quisesse, não fazer qualquer devolução aos docentes. 

Por agora o que temos é um balanço negativo para os professores: três dias em que os mesmos foram completamente vilipendiados, em prol de uma guerra eleitoral e, consequentemente, uma contaminação da opinião pública relativamente às suas pretensões.

Para além disso, pode estar em cima da mesa a perda de direitos que muitos anos e lutas custaram à classe. Falo do ECD tal como o conhecemos atualmente, assim como a estrutura atual da carreira e o modelo de avaliação de desempenho vigente. Já o disse anteriormente: à primeira chance, alguns senhores políticos não vão deixar escapar a oportunidade de mexer nestes temas.  Aliás, Cristas tem sido, nestes últimos dias, bastante clara quanto a estes pontos: é pretensão do CDS alterar profundamente os mesmos. Quanto ao PSD e ao PS, basta terem força parlamentar para tal.

Agora que já percebemos que a novela do acordo nunca teve, por parte do PSD e do CDS-PP, subjacente a intenção de devolver o tempo congelado aos professores, mas apenas e só a de ir buscar votos aos docentes, resta perguntar: 

Estarão os professores/dirigentes sindicais que defendem intransigentemente o crachá 942 dispostos a pagar a moeda de troca que os partidos agora exigem para aprovarem a medida? 

Estarão dispostos a entregar o ECD ao PS, PSD e CDS-PP e, junto com este, condenarem-se a um novo sistema avaliativo e a uma revisão da estrutura da carreira para conseguirem o que querem?

Quanto vale, afinal, o crachá 942?




sábado, 4 de maio de 2019

Maria de Lurdes não faria melhor...

Com a aprovação do acordo em coligação improvável (aqui), fiquei mais preocupado com o dia a seguir do que propriamente com as notícias em torno do tal acordo firmado. Presumo que quem anda nisto há algum tempo sabe que o "spin" (aqui) do PS é muito forte e em matéria de docentes existe um historial bastante longo e eficiente (basta lembrar 2007 e a era Maria de Lurdes/Sócrates). 

Assim, não tardou para ver na comunicação social os "papagaios" de serviço e os históricos socialistas fazerem dos professores autênticas "pinãtas". Do lado inverso, viu-se a oposição a apressar-se a relegar o acordo para a insignificânciaNo fim, a ameaça da demissão do governo (aqui) para fechar um dia centrado nos professores, na sua carreira e nas repercussões do 942 para o país (história da criação da "crise" pode ver-se aqui).

Pena é que os professores e os sindicatos não tenham entendido que fazem parte de um jogo muito maior do que eles. Um jogo de poder. O que está em causa não é a educação nem os professores. O que está em causa é o poder político e, logo que esse seja assegurado, não irão deixar escapar a primeira oportunidade para alterar o ECD, o sistema de avaliação docente, a carreira dos professores e pulverizar as poucas hipóteses de acesso ao topo da mesma. Aliás, Cristas veio a público dizer que a intenção do CDS-PP é (e passo a citar)  "negociar não só o tempo de serviço, mas também matérias como a avaliação dos professores e as carreiras." Tal como o PSD que desde sempre quer negociar essas mesmas matérias e que também não perderá a hipótese de o fazer, caso lhe seja dada oportunidade para tal.



Ninguém dá nada a ninguém e, aparentemente, muitos professores acreditaram que poderia ser dado algo sem perder nada em troca. E a questão que se coloca é: quem vai "pagar" verdadeiramente as "favas"? A quem vai ser endereçada a fatura? Provavelmente serão os professores que ainda têm muitos anos de carreira pela frente e, sobretudo, aqueles que nem sequer têm carreira (aqui e aqui)


E a médio prazo, após toda a tempestade política, ficarão, igualmente, algumas questões: valeu a pena defender integralmente o "942" e não um qualquer meio-termo? Valeu a pena ser novamente vilipendiados pela classe política e comentadores da praça, como se observou nas últimas horas? 

Em dias como estes últimos, recordo-me sempre daquela fatídica frase de Maria de Lurdes Rodrigues: "Perdi os professores mas ganhei os pais e o país". E nisso eles estão cada vez melhores (Costa revelou ser muito mais arguto no timing para criar esta "crise"). 

Falta apenas saber o que fará Marcelo que observa em silêncio a situação, como quem observa um jogo de xadrez. A minha aposta inicial é o veto político. Mas, dado que a demissão se coloca com a aprovação do acordo em lei, a demissão do governo de Costa será feita usando, em última análise, os professores como o perfeito "bode expiátorio" da crise criada. Mesmo que se saiba que foi a direita, uma vez mais, que deu este passo hipócrita para ganhar votos.


(Arquillect)


terça-feira, 30 de abril de 2019

Motivo por que os professores contratados não podem votar em PS, PSD e CDS-PP nem nas Europeias nem nas Legislativas



Foi hoje na A.R. que Luísa Novo e Ricardo Pereira, ambos da Plataforma de lesados nos descontos da Segurança Social (aqui),  representaram milhares de professores contratados com horários incompletos na Comissão de Educação e Ciência. 

Os representantes da plataforma argumentaram, e muito bem, pelo que aconselho vivamente a ouvir as suas intervenções e os argumentos usados pelos deputados do PSD, CDS e PS.

Vejamos, por ordem de resposta dos partidos em questão:

- PSD: para além do aparente incómodo do Sr. Deputado Álvaro Batista, que em hora feliz viu o tempo escassear e assim livrou-se de tão embaraçosa tarefa, fez questão de, mais uma vez, fugir à responsabilidade que o partido tem neste imbróglio (criado em 2011). Pior, mais uma vez reforçou a questão de que o Parlamento não tem poder para mudar as leis (a sério?). Defende outro tipo de solução que não o proposto pela plataforma, que seria, no meu entender, deitar gasolina para todas as escolas e para todos os professores (inclusivé de carreira): nos contratos dos professores vir obrigatoriamente assinalada a componente lectiva e não lectiva semanal, os "horários diários" e o pagamento de horas extraordinárias. E depois mistura dias de descontos para a Segurança Social com contagem de tempo de serviço... simplesmente hilariante. 

- CDS: a Sr.ª Deputada Ilda Araújo Novo, depois relatar vários factos, mencionou que o CDS defende um "critério justo, estricto e uniforme que estabeleça de forma clara quanto à forma de cálculo...". No entanto, não refere que critério é esse, alegando que vão "sopesar quanto à posição que tomarão sobre esta matéria". Ou seja, ficámos na mesma. 


- PS: a Sr.ª deputada Sónia Fertuzinhos, aparentemente muito incomodada (talvez por não ser a primeira vez que este tema é levado à Comissão), à semelhança da S.E. Leitão também ela usa o "truque" para minorizar a queixa dos proponentes, falando em horários de 7 horas como exemplo e até argumenta com horários de 1, 2, 3, 4 e 5 horas de componente lectiva.

Também ela defende o "erro" de que um "professor com horário de 7 ou mais horas de componente lectiva consegue aceder a todas as prestações sociais porque desconta por ano 120 dias". Pior, acaba por intepretar de forma incorrecta as condições para o acesso ao subsídio de desemprego argumentando que "um professor com horário completo precisa de 2 anos com horário completo para ter acesso". O que é manifestamente errado. 

Depois, através do "truque" do uso de exemplos de horários lectivos com carga muito diminuta, alega que "não vale a pena fingirmos que todos os professores estão todos os dias e todas as horas na escola porque não estão, independentemente da sua componente lectiva". Saliento, o "todos". É o fraquinho que o PS tem pelos professores, oh se é!!


Resumindo: as posições dos partidos visados não são surpreendentes, apenas vêm confirmar que nada farão (novamente), à semelhança do que aconteceu em Novembro de 2018, quando poderiam ter resolvido todo esta questão e nada fizeram aqui.

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