Sobre as provas de avaliação de conhecimentos e capacidades dos professores, nomeadamente as de componente específica, a direção da APM entende que:
1. são inúteis: não servem para nada, apenas menorizam os professores e as instituições de ensino superior que os formaram e atestaram as suas aprendizagens e capacidades, e excluem, sem razões sérias, docentes da carreira;
2. perpassa nelas uma ideologia muito prejudicial à educação e à tarefa dos professores: reduzem a complexa tarefa de ensinar, bem como o próprio conhecimento, à invocação imediata de factos e procedimentos, alguns bem pouco relevantes, como se o professor fosse um mero executante e reprodutor passivo que não sabe procurar, gerir e transmitir informação, saber e conhecimento;
3. são descentradas no seu objeto: não avaliam as capacidades mais importantes e exigentes, imprescindíveis para o ser professor, do ponto de vista do conhecimento científico como processo e não como repositório, e do seu conhecimento didático, aspeto indispensável no bom desempenho da tarefa educativa, limitando-se a medir aspetos muito parcelares e, em alguns casos, periféricos ou pouco significativos do saber e do ensinar;
4. são nefastas: ocultam a falta de apoio à formação inicial e contínua dos professores e trazem para a ribalta um discurso de suposto rigor e exigência que nas políticas educativas que hoje vivemos, não passa de palavras ocas, sem suporte teórico e prático que as sustente;
5. são absurdas: pressupõem que todo o conhecimento matemático de uma licenciatura na área pode estar atualizado em permanência e, no curto momento da prova, ser evocado e mobilizado; aquilo que a formação superior dá, é a capacidade de, quando necessário, recuperar, refazer, reconstruir e atualizar o seu saber específico;; aquilo que a formação superior dá, é a capacidade de, quando necessário, recuperar, refazer, reconstruir e atualizar o seu saber específico;
6. são, finalmente, uma afronta e por isso não nos merecem outro pronunciamento para além daquele que expusemos: não servem a formação dos professores, não servem a melhoria da educação e do ensino.
A direção da APM
25 de março de 2015
E ainda: são feitas em cima do joelho, têm erros e ambiguidades e servem, mais uma vez, para dividir, ou, melhor reinar.
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