segunda-feira, 13 de abril de 2015

Alguns pontos de vista retirados da entrevista de Paulo Guinote...

...ao "iiii"

"Ser professor não passa apenas pelos direitos laborais que os sindicatos defendem. Há outras questões práticas que só podemos defender a partir de quem está na escola a tempo inteiro.

Mói muito o desânimo que vi em muita gente, a forma como muita gente quebrou durante aqueles anos.

Tem de medir-se a ofensa quando alguém de quem se diz ser privilegiado prescinde de 30 a 40% da sua reforma para sair das escolas.

A escola não pode resolver do portão para dentro todos os problemas que os miúdos têm quando lá chegam. Se me chegam miúdos cheios de fome e à espera do lanche que a escola lhes arranja, se a família está em situação de desemprego, se os irmãos estão em situação de criminalidade, a escola do futuro nunca vai ser construída sobre as bases ideais e utópicas.

Temos liceus de elite nos centros urbanos, com condições de primeiro mundo, e escolas com problemas como não poder mudar estores, com portas partidas... Quando se aplicam mecanismos de concorrência à escola pública dentro dela própria, temos professores de fora a virem às aulas de nono ano angariar alunos.

O ensino vocacional serve para limpar pautas. 


(Karoline Kroiss)

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