Se na primeira parte (aqui), abordei a questão sobre o porquê dos professores contratados não serem capazes de reagir quando existe tanta adversidade contra eles nesta parte abordarei parte do problema que leva a inacção dos mesmos em agir.
E talvez parte desse problema comece
primeiramente na maneira como o próprio sistema político e educativo percepciona os professores desconsiderando estes
profissionais altamente qualificados classificando-os de "necessidades
residuais" ou de "outros” para os identificar em sede de concursos
nacionais. As palavras contam e têm peso. E isso reflecte-se no quotidiano e no relacionamento interpessoal nas escolas.
A realidade é que os problemas laborais dos professores contratados são ignorados pelo sistema, são também ignorados pelos actores no terreno
(diretores) e até mesmo e tristemente pelos próprios pares. Apesar, de muitas
vezes, serem devidamente aceites como equivalentes, não sendo considerados parte da “classe” docente, acabam assim por ser uma
“classe” à parte dentro da própria classe.
Portanto, professores contratados têm funções idênticas a um
professor de carreira, mas não usufruem de direitos semelhantes na mesma
profissão. Um dos exemplos grosseiros disso mesmo, é o facto de não pertencerem ao regime da Caixa Geral de
Aposentações pertencendo obrigatoriamente ao regime da Segurança Social o que só isso os
discrimina (e muito) em sede da igualdade de direitos. Recordo este post (aqui) do ComRegras sobre este assunto em particular.
A par do que sabemos hoje, ainda existem mais discriminações no horizonte para os professores contratados (aqui).
Parte III - Os responsáveis
(Arquillect)
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