terça-feira, 9 de setembro de 2014

Da saga dos grandes anúncios ministeriais...

...sob a capa da "normalidade", apenas para inglês verJá que o ministro cRato gastou grande parte do seu discurso a falar sobre a importância dos pais, convirá também explicar aos mesmos mais algumas coisas...

1- Se as listas saírem amanhã, como anunciado, então os tais "5%" de professores terão apenas 3 dias úteis para se apresentarem nas escolas, o que perfaz o tempo sobrante até ao início das aulas. Estamos a falar de professores que poderão ter de percorrer muitos km por esse país fora, literalmente com a casa às costas.

2 - Estes professores não terão, assim, participado em nada da preparação do novo ano lectivo. Alguém pode relembrar o esquecido ministro que os conselhos de turma estão em curso neste momento e que estes professores não fizeram parte dos mesmos (ainda que venham a ser pagos desde 1 de Setembro, ou que contabilizem tempo de serviço desde aquela data)? 

3 - Algumas das razões para que, alegadamente, não haja este ano professores em horário zero são as rescisões de professores, as aposentações e, sobretudo, o despedimento de milhares de professores contratados

4 - Mas talvez o mais difícil de explicar, aquilo que ainda não se explicou aos encarregados de educação, seja a parte dos professores com "tarefas produtivas" (pensava eu que dar aulas era considerado «produtivo», mas parece que estava redondamente enganado). Por acaso essas "tarefas produtivas" incluem professores do 3.º ciclo estarem a dar aulas a alunos do 2.º ciclo (ou vice-versa), ou estarem a "circular" pelas escolas do 1.º ciclo? Tudo isto, tendo em conta que, em muitos casos, os professores não possuem habilitação profissional para desempenhar as novas funções que lhes foram atribuídas, apenas sendo possível estas situações porque se trata de professores pertencentes aos quadros.  

5 - Já agora, o ministro explicou aos portugueses qual é realmente a representatividade da FNE em todo o universo de professores sindicalizados?

Nota aos que não pertencem aos 5%: neste momento não há volta a dar. Está neste momento a ser erguido um autêntico muro de Berlim entre os professores. Professores divididos que serão totalmente fracturados com a saída das listas amanhã. 


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